sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Gil Vicente

  Gil Vicente nasceu em 1465, sendo considerado o primeiro grande dramaturgo português. Homem de teatro, desenvolveu funções de músico, ator e encenador. É visto como o "pai" do teatro português, sendo que, sua obra reflete a mudança dos tempos, além de refletir a passagem da Idade Média para o Renascimento. A obra vicentina influenciou, em demasia, a cultura popular portuguesa.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Canto IV de Os Lusíadas, Camões


  O canto IV aborda a Batalha de Aljubarrota e, narra a revolução de 1383 a 1385, sendo dividido em duas partes: o apoio do povo aos combatentes portugueses, além das glórias partilhadas por dois hérois, D. João e, D. Nunes Álvares. Perpassando pela mitificação de D. Sebastião.

  Contém o episódio da Partida das Naus, com a Ínclita Geração e, o sonho profético de D. Manuel. Neste sonho estão dois homens muito velhos que se apresentam ao rei, um como o rio Ganges, sendo o outro, o rio Indo. Ao acordar, o rei chama seus aliados, revelando seu sonho e, dizendo que aquilo certamente seria um aviso dos céus a favor dos Portugueses. Assim, D. Manuel convoca Vasco da Gama para realizar aquela missão.
  Por  fim, há o episódio do Velho do Restelo que maldiz aquela viagem, elevando sua voz entre a gente chorosa que acompanhava a partida das embarcações. O velho salienta os tormentos que a "vã cobiça" irão  causar àqueles homens. A expressão "Velho do Restelo" significa, no imaginário português, o conservadorismo e a falta de espírito de aventura, pois aqueles eram projetos muito ousados e dispendiosos.

    CONCLUSÃO: O poema faz uma referência aos males sombrios de tempos tempestuosos, revelando o brilho do sol ante as trevas. Nesse contexto, Vasco da Gama evoca os céus para determinar e predestinar os fatos ocorridos em Portugal da época. No decorrer do poema, Vasco da Gama narra os episódios relacionados à monarquia Portuguesa. Assim, o mesmo descreve uma de suas batalhas, abordando a quantidade menor de combatentes em suas tropas. Mas, a batalha cessa, com a vitória dos portugueses mesmo estando em menor quantidade. Posteriormente, Vasco da Gama relata a despedida de homens, mulheres e crianças diante à viagem que se segue, revelando o sofrimento advindo daquela separação. Porém, muitos preferem aventurar-se nessas embarcações do que cultivar terras em solo firme. Vasco da Gama salienta que os navegantes seguem em frente sem desanimar ou desistir.


    COMENTÁRIO: Os projetos revestidos de caráter inovador são interessantes e permeados por glórias. Porém, nem sempre são respaldados no futuro, visto o quão cansativos e onerosos podem se tornar.

O Auto da Barca do Inferno- Gil Vicente

  O Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente, retrata o julgamento de várias personagens após suas respectivas mortes. Esse auto é narrado de forma a criticar os comportamentos mundanos das pessoas em geral.
  O auto fala sobre as personagens que, após morrerem, são levadas a um rio onde se encontram duas embarcações: a do Céu, onde um anjo está a espera das boas almas e, a do Inferno, onde está o Diabo.
  O primeiro a embarcar é o Fidalgo, o mesmo resolve ser sarcástico com o Diabo, falando o quão feias eram suas roupas. Por não se conformar com sua ida para o Inferno, o Fidalgo procura o Anjo, este diz que sua barca não teria espaço para uma pessoa de caráter torpe como o caráter do Fidalgo.
  O Diabo também conduz o Agiota à sua barca, pois, o Agiota se fez muito ganancioso no decorrer de sua existência. Quando procurado pelo Agiota, o Anjo fala sobre o quanto ele roubou em vida, não permitindo sua entrada na barca do Céu.
  O parvo se aproxima e, encaminha-se para a barca do Céu. Ele revela que havia morrido de caganeira. Assim, tal personagem continua na barca do céu por ser um tolo que, não fizera nada em sua vida, nem para o bem, nem para o mal.
  O sapateiro é conduzido à barca do Inferno por ter cometido vários pecados quando estava vivo. Posteriormente, o Frade aparece cantarolando e dançando. O mesmo vai para a barca do inferno por ter acumulado várias mulheres em vida. A amante que o acompanhava, segue também para o Inferno.
  Dessa maneira, todos a seguir embarcam para o Inferno: Brísida Vaz, a alcoviteira. O Judeu que sacrificava animais em sua religião e, que inicialmente, não fora permitida sua entrada nem pelo Diabo em sua referida barca. O Corregedor que zombara do Diabo por ser uma pessoa renomada em vida, mas que aceitava suborno dos judeus. Além do procurador que, seguiu igualmente rumo ao Inferno. E ainda, um homem que enforcara-se, tirando sua própria vida.
  No entanto, quatro Cavaleiros que traziam a Cruz de Cristo vão para o céu, pois morreram em guerra e, por Deus. Assim, livraram-se de todos os seus pecados, tomando a direção do Paraíso.
        COMENTÁRIO: Devemos seguir caminhos sensatos em vida para, não nos arrependermos depois.
  

domingo, 2 de setembro de 2012

Cantiga Trovadoresca

De noite eu rondo a cidade
A te procurar sem encontrar
No meio de olhares espio em todos os bares
Você não está
Volto pra casa abatida
Desencantada da vida
O sonho alegria me dá
Nele você está
Ah, se eu tivesse quem bem me quisesse
Esse alguém me diria
Desiste, esta busca é inútil
Eu não desistia
Porém, com perfeita paciência
Volto a te buscar
Hei de encontrar
Bebendo com outras mulheres
Rolando um dadinho
Jogando bilhar
E neste dia então
Vai dar na primeira edição
Cena de sangue num bar
Da avenida são joão


http://letras.mus.br/paulo-vanzolini/397820/

domingo, 12 de agosto de 2012

Joana d'arc

Santa padroeira da França: filha de Jacques d'arc e Isabelle Romée, Joana foi uma heroína da Guerra dos Cem Anos. Descendente de camponeses, analfabeta e modesta, foi canonizada em 1920, quase cinco séculos após ser queimada viva. Foi esquecida pela história até o século XIX. Shakespeare tratou-a como bruxa, Voltaire a ridicularizava em um poema satírico.
Na Guerra dos Cem Anos, monarcas ingleses dominavam terras em território francês. Quando a França tentou recuperar seus territórios, originou-se um dos mais longos e sangrentos conflitos da história da humanidade. Joana d'arc lidera o exército da França com trajes masculinos. Foi vitoriosa quando chega a Orléans. No entanto, ao tentar libertar Compiegne é capturada, condenada e queimada viva. Assim, suas cinzas foram jogadas no Rio Sena.
 Comentário: As ações humanas podem realizar milagres ou promover comoções em massa.

SÃO JOSÉ

Escolhido pelo Pai para ser o guarda fiel dos seus dois maiores tesouros: o Filho de Deus e a virgem Maria, ele cumpre sua missão. Jesus deveria nascer da linhagem de Davi, portanto o anjo do Senhor, deu a José o título da nobreza: José, filho de Davi. Provavelmente, São José nasceu em Nazaré, era filho de Jacó e, sua mãe chamava-se Estha. Ele era humilde e bondoso, acolhe Maria casando-se com ela, ensinando a Jesus as letras e como manusear ferramentas e madeiras, pois José era carpinteiro. É invocado como patrono da Boa Morte, tendo a morte mais privilegiada da humanidade: de um lado, Jesus e do outro, Maria.
 Comentário: José foi escolhido por Deus, por ser correto e fiel. Assim como nós devemos ser em todos os âmbitos da nossa vida.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Os Dois Irmãos- Oswaldo França Júnior

 Os Dois Irmãos (1976-Rocco-Rio de Janeiro) de Oswaldo França Júnior, é uma história sobre como o destino pode separar duas vidas que estavam totalmente próximas enquanto crianças.
 O ponto de partida da narrativa é o funeral do pai do homem e seu irmão. Sendo que, o autor, não transfere nomes às personagens principais.
  O irmão faz de tudo para encontrar pedras preciosas em sua região, o que lhe impede de trabalhar e sustentar sua família. O homem ao se deparar com tal situação, decide seguir seu irmão nesta busca, para lhe incutir a ideia de que ele está agindo erroneamente. Além de deixar claro que, o sustento diário só se fará concreto, através do trabalho árduo.
  O leitor se depara com situações variadas no decorrer da trama, situações de miséria e histórias tristes.
  O homem (irmão mais velho) é o típico trabalhador que enaltece suas virtudes, e, não entende porque seu irmão está obcecado por encontrar riqueza fácil. Já, o irmão mais novo, tem um jeito peculiar de ouvir pessoas pouco esclarecidas e marginalizadas pela maioria.
  O desfecho da história, narra os momentos finais da morte do pai na companhia dos dois irmãos nesta hora fatídica. Explicitando o comportamento humano, que se faz diferenciado, apesar de sua familiaridade.
                
               Análise do Romance:
 As duas personagens principais, são as que trazem o emaranhado de situações vividas na trama.
 É uma narrativa fácil, possui logicidade e coerência, sendo que, todos os núcleos dramáticos interagem entre si. A movimentação da história, se faz através da insistência do homem em ajudar seu irmão.
 Ocorrem lugares múltiplos no decorrer desta narrativa, tais como, a casa do homem com sua esposa, a casa do irmão, além dos lugares percorridos pelas personagens principais na busca do irmão por pedras preciosas.
 Os recursos particulares deste romance, são os "flash backs" do autor em relação ao homem e seu irmão, narrando suas respectivas infâncias.
 Além de que, os episódios salientados, despertam no leitor sentimentos cheios de pesar, pois abrangem a miséria humana e suas crendices populares.
 Há, no romance, o tempo cronológico já que é no dia após dia que o homem peresegue seu irmão tentando lhe impor a realidade da vida. No entanto, há também, o tempo psicológico, pois (como já foi dito) o homem retoma os fatos vividos com seu irmão quando eram crianças e moravam com seu pai.
 As personagens são planas, o homem apresenta características marcantes de um típico trabalhador. Já o irmão sabe lidar com todo o tipo de ser humano e, prefere que sua riqueza , venha através das pedras que procura.
 O romance em questão é linear, pois é no cotidiano que os fatos vão acontecendo e os episódios vão se desenrolando. Assim tal romance, não traz o realismo fantástico, já que em sua sequência denota-se total semelhança com o autêntico. Percebe-se que o autor traz no contexto da trama, a miséria e as crendices populares, recriando situações peculiares à vida humana.
 O narrador perpassa o romance em terceira pessoa , sendo um simples espectador dos fatos inerentes ao enredo. Percebe-se que, os acontecimentos narrados, confundem-se com as questões da vida cotidiana. Além de que, o leitor, pode imaginar ou até mesmo deduzir os episódios sequenciais da história, fazendo deste um romance aberto.