quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Os Dois Irmãos- Oswaldo França Júnior

 Os Dois Irmãos (1976-Rocco-Rio de Janeiro) de Oswaldo França Júnior, é uma história sobre como o destino pode separar duas vidas que estavam totalmente próximas enquanto crianças.
 O ponto de partida da narrativa é o funeral do pai do homem e seu irmão. Sendo que, o autor, não transfere nomes às personagens principais.
  O irmão faz de tudo para encontrar pedras preciosas em sua região, o que lhe impede de trabalhar e sustentar sua família. O homem ao se deparar com tal situação, decide seguir seu irmão nesta busca, para lhe incutir a ideia de que ele está agindo erroneamente. Além de deixar claro que, o sustento diário só se fará concreto, através do trabalho árduo.
  O leitor se depara com situações variadas no decorrer da trama, situações de miséria e histórias tristes.
  O homem (irmão mais velho) é o típico trabalhador que enaltece suas virtudes, e, não entende porque seu irmão está obcecado por encontrar riqueza fácil. Já, o irmão mais novo, tem um jeito peculiar de ouvir pessoas pouco esclarecidas e marginalizadas pela maioria.
  O desfecho da história, narra os momentos finais da morte do pai na companhia dos dois irmãos nesta hora fatídica. Explicitando o comportamento humano, que se faz diferenciado, apesar de sua familiaridade.
                
               Análise do Romance:
 As duas personagens principais, são as que trazem o emaranhado de situações vividas na trama.
 É uma narrativa fácil, possui logicidade e coerência, sendo que, todos os núcleos dramáticos interagem entre si. A movimentação da história, se faz através da insistência do homem em ajudar seu irmão.
 Ocorrem lugares múltiplos no decorrer desta narrativa, tais como, a casa do homem com sua esposa, a casa do irmão, além dos lugares percorridos pelas personagens principais na busca do irmão por pedras preciosas.
 Os recursos particulares deste romance, são os "flash backs" do autor em relação ao homem e seu irmão, narrando suas respectivas infâncias.
 Além de que, os episódios salientados, despertam no leitor sentimentos cheios de pesar, pois abrangem a miséria humana e suas crendices populares.
 Há, no romance, o tempo cronológico já que é no dia após dia que o homem peresegue seu irmão tentando lhe impor a realidade da vida. No entanto, há também, o tempo psicológico, pois (como já foi dito) o homem retoma os fatos vividos com seu irmão quando eram crianças e moravam com seu pai.
 As personagens são planas, o homem apresenta características marcantes de um típico trabalhador. Já o irmão sabe lidar com todo o tipo de ser humano e, prefere que sua riqueza , venha através das pedras que procura.
 O romance em questão é linear, pois é no cotidiano que os fatos vão acontecendo e os episódios vão se desenrolando. Assim tal romance, não traz o realismo fantástico, já que em sua sequência denota-se total semelhança com o autêntico. Percebe-se que o autor traz no contexto da trama, a miséria e as crendices populares, recriando situações peculiares à vida humana.
 O narrador perpassa o romance em terceira pessoa , sendo um simples espectador dos fatos inerentes ao enredo. Percebe-se que, os acontecimentos narrados, confundem-se com as questões da vida cotidiana. Além de que, o leitor, pode imaginar ou até mesmo deduzir os episódios sequenciais da história, fazendo deste um romance aberto.

domingo, 11 de setembro de 2011

Soneto de Ana Cristina César - A Teus Pés



SONETO

Pergunto aqui se sou louca
Quem quer saberá dizer
Pergunto mais, se sou sã
E ainda mais, se sou eu

Que uso o viés pra amar
E finjo fingir que finjo
Adorar o fingimento
Fingindo que sou fingida

Pergunto aqui meus senhores
quem é a loura donzela
que se chama Ana Cristina

E que se diz ser alguém
É um fenômeno mor
Ou é um lapso sutil?

olho muito tempo o corpo de um poema
até perder de vista o que não seja corpo
e sentir separado dentre os dentes
um filete de sangue
nas gengiva


Tema: Subconsciente, pensamentos sobre amor e loucura.
Tese: A poetisa deixa explicitado ao longo do poema o que ela pensa de si, fazendo uma analogia entre amor e loucura, além de deixar claro que escrever é sua obsessão.

Livro: A Teus Pés, página 9.


Comentário: "A Teus Pés" são escritas íntimas de Ana Cristina César onde os textos estão desconexos, cheios de saltos, sendo que os versos parecem não se encaixar. Assim, dá-se a impressão que existem segredos escondidos nas entrelinhas. Mas, ela define tais saltos como o não-dito, algo diferente da entrelinha.
 Neste contexto, Ana Cristina faz do cotidiano a principal matéria poética. Inserindo aspectos pessoais na poesia. Dando ao texto um ar confessional, de autobiografia literária.







sábado, 10 de setembro de 2011

Poema de Ana Cristina César

 Gênero Lírico - Conceito: O termo "lírico" vem do latim e, quer dizer, lira (instrumento musical grego). A temática lírica denota musicalidade na poesia, além de envolver os sentimentos do eu-lírico, sendo inteiramente subjetiva.

Poema:
Acreditei que se amasse de novo
Esqueceria outros
Pelo menos três ou quatro rostos que amei
Num delírio de arquivística
Organizei a memória em alfabetos
Como quem conta carneiros e amansa
No entanto flanco aberto não esqueço
E amo em ti os outros rostos.
Tema: Amor.
Tese: O eu-lírico denota neste poema, a relação entre os amores que outrora ela perdera e o amor que a assiste pessolamente. No entanto, a poetisa não esquece os amores passados, organizando tais amores, em arquivos por ordem alfabética. Sendo o amor atual a personificação dos amores perdidos.

Fonte: http://arvoredospoemas.blogspot.com/2007/08/noite-carioca-dilogo-de-surdos-no.htm

sábado, 3 de setembro de 2011

A Comédia dos Erros - Willian Shakespeare

 Egeu, um mercador de Siracusa começa narrando sua triste história ao Duque de Éfeso. Nesta história Egeu, seus filhos gêmeos e sua esposa Emília se encontram num barco que despedaça-se, separando Emília e um dos gêmeos do pai e do seu outro filho.
 O Duque, então, propõe-se a ajudá-lo a encontrar o filho perdido.
  Antífolo é o nome dos gêmeos, os dois têm o mesmo nome.
  Adriana é esposa de Antífolo de Éfeso. A mesma pede para Drômio de Éfeso procurar seu marido. Antífolo de Siracusa é confundido com seu irmão pelo criado: Drômio Éfeso. Drômio também tem um irmão gêmeo com o mesmo nome. O criado Drômio conta a Adriana que seu esposo quer encontrar os "mil marcos" que perdera, mas na verdade, esse é o Antífolo de Siracusa.
  Adriana queixa a Luciana, sua irmã, sobre o quanto sofre por amar o marido, e por ter um ciúme doentio do mesmo.
  Antífolo de Siracusa, discute com Drômio de Siracusa sobre o ouro a ele dado. Mas, na verdade, quem falou que não sabia sobre o ouro era Drômio de Éfeso.
 Adriana encontra com Antífolo de Siracusa, ela lhe implora o amor perdido.
 Antífolo de Siracusa se enamora de Luciana. Ela refuta seu amor, pedindo-lhe para se declarar a Adriana, sua esposa, pensando ser Antífolo de Éfeso.
Luciana conta a Adriana sobre o amor de Antífolo de Siracusa e que ele jurava não ser casado. Adriana, pensando ser seu marido (Antífolo de Éfeso), fica furiosa.
 Constantes confusões são criadas durante a comédia, e, Adriana pensa que seu marido enlouquecera. Antífolo de Éfeso conta ao Duque que sua esposa Adriana o traíra. Egeu encontra com Antífolo de Éfeso, dizendo ser seu pai. A Abadessa que se encontrava em Éfeso é na verdade, Emilia, a esposa perdida por Egeu.
  As confusões vão-se elucidando: Antífolo de Éfeso vê que Adriana pensava estar com ele quando estava com seu irmão gêmeo. Luciana descobre que quem se apaixonara por ela tinha sido Antífolo de Siracusa e não o marido de sua irmã.
  Um final feliz se aproxima quando os irmãos de mãos dadas e, todos os que ali se encontravam, entram na abadia para relatarem suas histórias.

    Comentário:
 A Comédia dos Erros é uma peça curta escrita por Shakespeare. Os erros, a que se refere o título, são confusões envolvendo dois pares de gêmeos com o mesmo nome. Antífolo é o nome dos gêmeos que são protagonistas da comédia. Drômio é o nome dos gêmeos que são servos de Antífolo de Éfeso e Antífolo de Siracusa.
 No enrredo da comédia, Shakespeare introduz o ciúme inerente ao ser humano. Além de fazer alusão ao amor que nasce do gêmeo Antífolo de Siracusa por Luciana, que pensa ser ele o marido de sua irmã.
 Faz-se assim uma retomada sobre a questão dos sentimentos e honra humanos.

  Existem vários percalços durante à procura de um gêmeo por outro. Mas, estes percalços, acabam por desembocarem no reencontro dos dois e num final exitoso para todos os personagens envolvidos nesta comédia.